O CDI subcutâneo é um dispositivo usado na prevenção de morte súbita (paragem cardíaca por arritmia ventricular) ou tratamento de taquiarritmias ventriculares. Surge como alternativa ao CDI transvenoso, uma vez que permite excluir complicações como as que se relacionam com a inserção do elétrodo (pneumotórax e perfuração cardíaca) e complicações de longo prazo, como endocardite e disfunção do elétrodo. Contudo, não possui a função de pacemaker.
O CDI subcutâneo é implantado externamente ao coração e consiste num gerador e um elétrodo. O gerador é um dispositivo eletrónico implantado, sob anestesia geral, na região infra-axilar esquerda. O elétrodo é o “cabo” que conecta o gerador de impulsos ao coração, transmitindo a energia elétrica sob a forma de um choque, sentido pelo doente como um “soco” ou uma forte pancada no peito.
Cuidados Gerais
- Vigiar o aparecimento de febre.
Cuidados com a ferida cirúrgica
- Manter o penso limpo e seco;
- Aplicar gelo durante 48-72 horas;
- Efetuar cuidados de penso (no Centro de Saúde ou no hospital) conforme recomendação aquando a alta;
- Remover material de sutura ao 10º e 12º dia (habitualmente no hospital).
Cuidados com a Atividade Física
Durante as primeiras 6 semanas
- Não manipular o gerador do CDI;
- Não levantar o braço do lado do CDI acima da linha do ombro;
- Evitar pegar em pesos, principalmente com o braço do lado do CDI;
- Evitar movimentos bruscos ao fazer exercícios, caminhadas ou no banho;
- Pode dormir para o lado do CDI, sem exercer pressão excessiva;
- Iniciar atividades físicas após consultar o seu médico;
- Evitar desportos de contacto;
- Não conduzir.
Seguir as instruções do seu médico relativamente à condução de veículos, viagens, regresso ao trabalho e outras atividades.
Voltar a conduzir
Esta decisão depende principalmente do tipo de arritmia e dos sintomas por ela condicionados. O seu médico irá recomendar-lhe o que for mais seguro para si e para as outras pessoas.
Atividade sexual
Geralmente não há problemas quanto à atividade sexual. Evitar o contacto físico sobre o local do implante nas primeiras semanas.
Consultas de Revisão do CDI
Irá receber um cartão de identificação, que contém informações sobre o seu CDI, sobre o implante e a sua programação. Este cartão é um documento importante, devendo andar sempre com ele (passeios, trabalho, viagens, consultas médicas, lazer, etc.).
Deve comparecer sempre às consultas de revisão do CDI. Nestas consultas, o seu CDI será avaliado quanto ao funcionamento, programação e longevidade da bateria.
Em caso de viagens
Avise o seu médico e informe-se sobre o sistema de assistência médica do local para onde vai;
Leve consigo o seu cartão de identificação do CDI;
Em caso de longas permanências, assegure-se, com ajuda do seu médico, que vai ter um acompanhamento médico adequado (especialista no local a quem possa recorrer em caso de choques).
Se receber um choque
- Mantenha a calma;
- Tenha sempre consigo o contacto do seu centro, o cartão de identificação do CDI e a lista de medicamentos que toma;
- Se se sentir bem após o choque, informe o seu centro e recorra à consulta de CDI na manhã do dia útil seguinte;
- Se após o choque se sentir mal (tonturas, falta de ar, dor no peito, etc.), ative o sistema de emergência médica (112) para o levar ao hospital;
- No caso de receber 2 ou mais choques, ative o sistema de emergência médica (112) e prepare-se para ser levado a um hospital;
- Se ouvir um sinal de alarme/vibração deverá recorrer à consulta de CDI.
Influências Ambientais
O CDI subcutâneo é sensível a campos elétricos e magnéticos fortes, devendo estas fontes ser afastadas:
- Usar o seu telemóvel no lado oposto ao CDI;
- Evitar ímanes fortes;
- Evitar a exposição prolongada a detetores de metais magnéticos (usados em segurança de aeroportos, estádios de futebol, casas de espetáculos e etc.);
- Evitar martelos pneumáticos e soldadores a arco e de resistência;
- Evitar colchões e cadeiras magnéticos.
Pode usar equipamentos elétricos domésticos, desde que estejam em boas condições de funcionamento.
Monitorização remota
Aquando a alta, será fornecido um aparelho de monitorização remota para levar para o domicílio. Permite uma avaliação regular das condições técnicas de vários componentes do dispositivo implantado, a deteção e caracterização de arritmias, o tratamento efetuado, ou mesmo a identificação de variáveis que se podem associar ao risco de hospitalização por descompensação cardíaca.
Informação elaborada pelo Serviço de Cardiologia do Hospital de Braga
FI.CARD.025