O que é? 

A CPRE é um exame de diagnóstico que associa raios X e endoscopia e permite avaliar os canais biliares, canais pancreáticos e vesicula biliar. Estes canais drenam no duodeno (primeira parte do intestino delgado) ao nível de uma estrutura designada papila de Vater. Esta técnica permite, na mesma sessão, detetar e tratar anomalias da árvore biliar e/ou do canal pancreático principal, recorrendo a diversos acessórios especializados que se passam através do duodenoscópio – por exemplo, extração de cálculos, dilatações com balão e colocação de próteses. 

Este exame é sempre realizado sob anestesia geral, o que reduz significativamente o desconforto que lhe pode estar associado, necessitando o doente de permanecer hospitalizado nas 24 horas seguintes à sua realização. O procedimento pode demorar em média cerca de 30 minutos a uma hora; no entanto, pode ser mais demorado, especialmente se for necessário realizar algum procedimento adicional. 

Preparação para o exame: 

  • Deve ficar em jejum 8 horas (alimentos e líquidos) antes do exame 
  • Deve evitar a toma de anticoagulantes, antiagregantes ou anti-inflamatórios não esteroides 5 a 10 dias antes do exame (de acordo com a recomendação do seu médico assistente); 
  • Se está gravida ou suspeita de poder estar grávida notifique o seu médico;  
  • Informar o médico/enfermeiro: 
    • sobre eventuais alergias (medicação, produtos de contraste…); 
    • se for portador de pacemaker. 

Após o exame 

Esta técnica é realizada com o paciente sob sedação ou anestesia geral e implica, normalmente um internamento de 48-72 horas para vigilância de potenciais complicações.  

Riscos e complicações 

  • Pancreatite aguda pós-CPRE. Sendo habitualmente um procedimento bem tolerado, há situações em que, durante ou no fim do exame, o doente apresenta queixas de dor abdominal, náuseas e vómitos, podendo ocorrer inflamação do pâncreas ou das vias biliares, que desaparecem em regra durante as primeiras 24 horas. No decurso do exame ou imediatamente após o mesmo pode-lhe ser aplicado um supositório de indometacina ou diclofenac para reduzir o risco desta complicação; 
  • Hemorragia pós-esfincterotomia 
  • Infeção (colangite, bacteriémia, colecistite, abcessos) 
  • Perfuração do esófago, estômago, duodeno ou da via biliar 
  • Riscos específicos associados aos fármacos utilizados na anestesia 
  • Complicações cardio-respiratórias (por exemplo, descompensação de patologia cardíaca, pneumonias de aspiração).  

Como em todos os atos médicos interventivos há um risco de mortalidade, embora reduzido. 

Informação elaborada pelo Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Braga

FI.GASTRO.035