Uma dieta com baixo teor em níquel poderá ser benéfica para a melhoria das condições de saúde, como a dermatite. Durante o processo de diagnóstico, e dada a exigência que este tipo de dieta tem na alimentação, é possível que o seu médico lhe peça para realizar uma prova de provocação alimentar, por forma a poder confirmar a necessidade desta dieta, no seu caso em particular. 

Os testes acima mencionados revelam alergia de contacto a Sulfato de Níquel – NÍQUEL. Para prevenir sintomas, deverá evitar, quando possível, o contacto com produtos ou substâncias que contenham níquel. Este é um metal largamente difundido, presente em vários objetos de metal não precioso ou de ouro branco. Os objetos metálicos deverão ser substituídos (por plástico, madeira, etc.) e os que não puderem ser substituídos deverão ser forrados com adesivo ou fitas de nastro. 

Onde se encontra níquel?  

  • Acessórios metálicos de vestuário e adornos ditos de “fantasia” 
  • Objetos de uso pessoal – relógios de pulso, aros metálicos dos óculos, chaves e porta-chaves,… 
  • Partes metálicas de mobiliário – Puxadores de móveis (gavetas, portas, frigoríficos, etc.). 
  • Material de escritório. 
  • Material usado na indústria. 
  • Metais: Cromados, liga níquel-bronze (também chamada de bronze prateado), latão, alpaca (liga metálica), sea water bronze. 
  • Contaminante em cimentos, tintas, cosméticos (sombras azuis e verdes) e detergentes. 
  • Outros – Moedas com níquel, instrumentos de música, chips eletrónicos, fios elétricos, placas de aquecimento. 
  • Alimentos – Estudos mostram que, na melhor das hipóteses, dietas de evicção de níquel poderão beneficiar 1 a 10% dos doentes sensibilizados ao níquel e que mantêm queixas (ex.: dermatite das mãos), apesar da evicção de níquel no contacto com a pele. A decisão de implementar estas dietas deve ser personalizada e decidida pelo médico assistente, de acordo com a relevância do caso em particular. A implementação de dietas restritivas, como regra, não pode ser recomendada. Recomenda-se apenas que, de um modo geral, doentes sensibilizados ao níquel evitem comer produtos enlatados ou alimentos cozinhados em utensílios com ligas de níquel. Medidas adicionais devem ser decididas caso a caso. 

Que outros nomes pode ler nos rótulos das embalagens? Blue salt, Carbonyl nickel powder, Nickel, Nickel (II) Sulfate Hexahydrate, Nickel monosulfate hexahydrate, Nickel sulfate hexahydrate, Sulfuric acid, Nickel (2+) salt, hexahydrate, Single nickel salt. Esta lista pode não estar completa, uma vez que os fabricantes introduzem e removem químicos das suas linhas de produção com regularidade. 

O Níquel existe em muitas substâncias e controlar a exposição diária ao mesmo na alimentação é exigente. As recomendações alimentares gerais são as seguintes: 

Alimentos e bebidas a evitar: 

  • Bebidas – Chás (em especial chá preto) 
  • Vegetais – Espargos, alcachofra, repolho, cebola, funcho, cogumelos, tomate, aipo, espinafres, couve-de-bruxelas, louro, manjericão, manjerona, salsa, leguminosas (feijão, lentilhas, ervilhas, soja), alcaçuz 
  • Fruta – Damasco, ananás, melancia, abacate, cerejas, figos, uvas, morangos, pera, ameixa, uvas, frutos desidratados/secos, oleaginosas 
  • Cereais – Aveia, trigo-sarraceno, trigo integral, cevada, milho, malte, centeio, pão integral ou de sementes, sementes 
  • Peixe (bacalhau, salmão, solha, arenque), marisco (crustáceos e bivalves) e cefalópodes (polvo, lula) 
  • Outros – ketchup, mostarda, molhos de saladas embalados/comerciais, chocolate, suplementos vitamínicos e alimentares 
  • Vegetais, carnes e peixes enlatados 
  • Gelatina 
  • O 1.º litro de água da manhã da torneira ou após longos períodos de água estagnada nos canos deve ser desperdiçado (estudos mostram que a difusão de metais da canalização para a água pode chegar a valores de 490 µg por litro) 

Alimentos e bebidas permitidos: 

  • Bebidas – Água, bebidas gaseificadas, cerveja não enlatada, café, vinho 
  • Cereais – Farinha de trigo branca, pão branco, massas, arroz 
  • Vegetais e fruta – Citrinos, banana, pêssego, maçã, melão, meloa, pepino, beringela, batata, alho, abóbora, curgete 
  • Peixe – Peixe-espada, atum 
  • Doces – Massa choux (massa de profiteroles), biscoitos, creme (custard), mel, açúcar 
  • Outros – Carne, ovos, fiambre, salame, lacticínios, paprica, pimenta, azeite, vinagre, maionese, sal 
  • Tabaco – cada cigarro contém 1 a 3 µg de níquel 

Alimentos a evitar ou a consumir em pequena quantidade:  

  • Alface, brócolos, cenouras, couve-flor 

 

Atitudes que pode tomar para ajudar a controlar a sua alergia de contacto:  

  • Esteja atento, leia os rótulos das embalagens. Este deve ser o seu primeiro passo cada vez que compra um produto, uma vez que os produtores, por vezes, mudam a composição dos produtos. Se tiver alguma dúvida, consulte o seu médico assistente. 
  • Se comprar um produto novo, deve testá-lo numa pequena área da sua pele para confirmar se desenvolve reação antes de usar o produto numa área extensa da superfície corporal. 
  • Informe as pessoas que lhe fornecem serviços da sua alergia de contacto. Deve incluir o seu médico, farmacêutico, cabeleireiro/barbeiro, etc. 
  • Informe a sua entidade patronal se a fonte da sua alergia tiver origem profissional. Deve identificar a fonte específica do químico e tomar as medidas necessárias para evitar exposição adicional. Pode incluir roupa/material de proteção ou até necessitar de realizar mudanças nas suas atividades laborais.  
  • Procure na internet em sites de confiança. Alguns links úteis são:  

Informação elaborada pelo Serviço de Nutrição do Hospital de Braga

FI.SN.022