Conização

  • Se lhe foi diagnosticada uma lesão intraepitelial de alto grau (HSIL/carcinoma in situ), ou estiver numa situação onde não seja possível o diagnóstico assertivo por colposcopia/biópsia, ser-lhe-á proposta a realização de uma conização (excisão de pequena parte do colo uterino por via vaginal).
  • O objetivo da cirurgia é a excisão da lesão provocada pelo vírus. Contudo, a regressão da infeção por este vírus ficará a cargo do seu sistema imunitário (o sistema de defesas naturais do organismo).
  • A infeção persistente por este vírus tem um período de latência prolongado (anos ou décadas entre o início da infeção e o desenvolvimento de cancro), passando por diversas fases. Como tal, o tempo que medeia entre a proposta cirúrgica e a realização efetiva da cirurgia terá isso em conta, para além das particularidades individuais de cada caso.
  • São várias as técnicas possíveis para realizar uma conização. O cirurgião optará por uma delas com base na sua adequabilidade.
  • Assinará previamente à intervenção um consentimento informado onde constará informações sobre as complicações mais frequentes e/ou mais graves, precoces e tardias (hemorragia, infeção, estenose cervical, abortamento tardio, ameaça de parto pré-termo, parto pré-termo, entre outras).

Cuidados Pré-Operatórios

  • A sua cirurgia pode ser realizada num de três regimes, conforme o que for mais adequado:
    • No bloco sob anestesia local (a maioria dos casos);
    • No bloco em regime de ambulatório (admissão/ cirurgia/ alta no mesmo dia);
    • No bloco em regime de internamento (admissão num dia e a alta noutro dia).
  • Se indicado ser-lhe-á agendada uma consulta de Anestesia e solicitados alguns exames complementares pré-operatórios.
  • Deverá cumprir rigorosamente as orientações médicas no que diz respeito ao tempo de jejum (quando necessário) e à toma da sua medicação habitual.
  • Se prever estar a menstruar no dia da cirurgia não faça a pausa do seu anticoncetivo oral (pílula) e tome 2 embalagens seguidas. Porém, compareça na mesma no dia da intervenção se apresentar alguma perda hemática vaginal, pois caberá à equipa cirúrgica a decisão de executar o procedimento ou adiá-lo.

Cuidados Pós-Operatórios

  • Vigilância das perdas hemáticas vaginais (necessidade de avaliação médica se claramente superiores a uma menstruação normal).
  • Vigilância do estado de consciência da paciente por terceiros, que deverá ser semelhante aquele antes da intervenção (obrigatório o acompanhamento por um adulto nas primeiras 24h pós-operatório).
  • Repouso no dia da intervenção, sem necessidade de ficar acamada.
  • Possibilidade de dores no “fundo da barriga”, para as quais poderá tomar paracetamol 1g (máximo de 8/8h).
  • Na eventualidade de lhe ter sido colocada uma compressa vaginal com intenção hemostática, retirar cuidadosamente segundo as orientações recebidas. Também poderá ter-lhe sido colocado algum material com fins hemostáticos, que será reabsorvido ou se exteriorizará com o aspeto semelhante a um coágulo.
  • Abstenção de atividade sexual, banhos de imersão e utilização de piscina durante 4/6 semanas.
  • Possibilidade de existência de cheiro intenso vaginal nas 4/6 semanas seguintes. Este está associado ao processo de cicatrização e não necessita de avaliação médica, exceto quando associado a outros sintomas como prurido/ardência vulvar, febre ou dores pélvicas intensas. 

Consulta de Pós-Operatório

  • Ser-lhe-á agendada uma consulta em 1/2 meses para fornecimento do resultado anatomopatológico, para reavaliação clínica e elaboração do plano de seguimento. 
  • Em alguns casos poderá ser necessária a realização de nova intervenção cirúrgica.
  • Também lhe poderá ser proposto a administração de uma vacina para a proteger contra as doenças provocadas pelo HPV, numa tentativa de reforçar o seu sistema imunitário através da estimulação da produção de anticorpos.

Informação elaborada pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga

FI.GINOB.011