O que é um Implante Osteointegrado? 

O implante osteointegrado é composto de 3 partes distintas:  

(1- implante; 2- pilar; 3- processador) que, após perfeita conexão entre todas, vai atingir o objetivo final de aumentar o volume do som (amplificação sonora) por via óssea. 

A cirurgia deste implante resume-se ao procedimento de colocar um pilar com o implante incluído – semelhante a um “parafuso” de titânio na região atrás da orelha, onde futuramente irá encaixar o processador. Portanto a cirurgia é um passo inicial para este processo de reabilitação auditiva. Com o decurso normal da cicatrização o implante será osteointegrado (“incorporado”) pelo osso do crânio, dando estabilidade, integridade e uma superfície ótima para ocorrer a vibração sonora adequada e, desta forma, permitir a condução do som até ao ouvido interno, conforme desejado. Após o dia do procedimento cirúrgico deve ser paciente e cumpridor de todos os cuidados infracitados, de forma a aumentar exponencialmente as hipóteses de uma boa osteointegração e cicatrização, permitindo que o momento de ligação do processador seja o estipulado. Assim, salienta-se que só após a conexão do processador ao pilar é que vai sentir o verdadeiro benefício do implante (aproximadamente 4 a 6 semanas após a cirurgia). Este benefício ainda será alvo de ajustes em consultas de seguimento. 

Instruções para cuidados pós-operatórios 

Dieta:  

  • Deve cumprir dieta mole e morna nos primeiros dias e progredir para dieta geral conforme tolerância. 

Medicação: 

  • Se for o caso, após a intervenção, deve retomar a sua medicação habitual. 
  • Deve iniciar, logo que possível, a medicação prescrita pelo médico no hospital. 

Recomendações: 

  • Descansar, se possível com 2 almofadas, evitando estar com a cabeça virada para o lado da cirurgia. 
  • Sobretudo nos primeiros 7 dias após a colocação do pilar deve restringir ao máximo a atividade física. Se se sentir bem, retome gradualmente a atividade normal, nomeadamente na condução de veículos.  
  • Pode ser possível que, se tiver ordem do seu médico cirurgião, tenha indicações para evitar ao máximo pegar em pesos e fazer exercício que implique cargas pesadas; Se tiver dificuldade em evacuar, opte por recorrer a um laxante; pode estar mais tempo inibido de conduzir automóveis/motociclos/bicicletas (até ordem explícita do seu médico assistente). 
  • [GroupDrawing]Deve manter escrupulosamente a “tampa” de plástico circular conectada ao pilar. Deve manter, também a gaze gorda até à 1ª consulta pós-operatória (normalmente realizada até 14 dias após a cirurgia). Trata-se de um utensílio que auxilia a melhor cicatrização da pele em torno do pilar.  
  • Passados 14 dias, o uso da “tampa” é aconselhável nas primeiras semanas durante o sono e sempre que exista indicação do médico assistente na primeira consulta após a cirurgia. 
  • Esta tampa deve ser sempre guardada por si, para o caso de utilizações futuras, porque pode ser necessário o seu uso (após indicação médica). 
  • Até à remoção dos pontos, se for o caso, deve procurar dormir com proteção de uma compressa/ penso. Quando muda o penso é normal sentir um odor diferente no penso. Deverá prestar atenção se as características deste odor piorarem e claramente se intensificarem. 
  • Sempre que mexer no penso, ou na ferida, deve lavar previamente as mãos. Manter uma boa higiene do local é essencial para o sucesso da cicatrização. 
  • Pode lavar o cabelo 48h a 72h após o procedimento, desde que a região esteja com um penso impermeável, e, caso fique humedecida seja logo limpa e seca. A evicção de água no local do implante nos primeiros 14 dias é crucial para evitar complicações e para favorecer a cicatrização correta.  
  • Após remoção da “tampa” e curativo na primeira consulta, e sempre com a indicação do médico assistente, deverá realizar uma limpeza diária do local do implante com compressas humedecidas sem álcool (por exemplo com água morna e sabão neutro). 
  • É importante evitar traumatismo direto na região do pilar. 
  • Até ordem contrária do médico assistente, deve evitar desportos de contacto em que haja uma forte probabilidade de trauma da cabeça. O uso de capacete poderá ser aconselhado. 

É normal:  

Sentir dor ligeira na região operada, assim como rubor da pele e a até formação de uma área com crosta e sangue seco em torno do pilar. Para tratar a dor deve recorrer à medicação analgésica/anti-inflamatória, e o rubor e crosta com a pomada prescrita. 

Deverá recorrer ao Serviço de Urgência se apresentar: 

  • Hemorragia ativa do local do implante, o que pode tentar controlar enxugando a ferida com uma compressa. Se for ineficaz deve dirigir-se imediatamente a um serviço de urgência. 
  • Queda do pilar da cabeça 
  • Drenagem de exsudado purulento 
  • Dor persistente e incapacitante 
  • Rubor intenso da pele que se estende e envolve toda a orelha com inchaço associado 
  • Febre (Temperatura axilar >38ºC) 
  • Náuseas e vómitos que não passam com a medicação 

Considerações Especiais: 

  • O seu dispositivo é totalmente compatível com a tomografia computorizada e ressonância magnética (até 3 Tesla). Deve remover o processador para efetuar estes exames. O efeito de sombra na ressonância magnética é considerado minor. Nas consultas de seguimento irá receber um cartão com instruções adicionais essenciais à utilização segura no ambiente de ressonância magnética. 
  • Pode efetuar radioterapia com este implante. No entanto, deve ser removido o acoplador do pilar, deixando-se apenas o implante de titânio que deverá ser revestido com uma proteção própria. 

Informação elaborada pelo Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Braga

FI.ORL.028