Como é efetuada a preparação do sangue para a transfusão?
A seleção do sangue inicia-se com a determinação do grupo sanguíneo (ABO e Rh) do doente. É colhida uma amostra de sangue para verificar, através de alguns testes, se o sangue do dador e o doente são compatíveis. Só depois destes testes a transfusão é efetuada.
O tempo entre a colheita da amostra e o início da transfusão é variável, dependendo do resultado dos testes e da necessidade de procedimento especiais, definidos caso a caso.
A cada pedido de transfusão pode ser necessária uma nova colheita de amostra, exceto no caso de transfusão de plaquetas ou plasma.
Antes de iniciar a transfusão e como medida de segurança indispensável, o enfermeiro pergunta os dados do doente, confirmando se são iguais aos dados de identificação da unidade enviada pelo serviço de sangue. A transfusão de uma unidade de sangue leva aproximadamente 2 horas, não excedendo 4 horas. São aceitáveis períodos mais curtos para situações especiais.
A transfusão causa reações?
Na grande maioria das vezes, não.
No entanto, a transfusão não está isenta de efeitos indesejáveis. Reações adversas podem ocorrer durante ou imediatamente após a transfusão. Os sintomas mais comuns são: calafrios, tremores e manifestações alérgicas (comichão e manchas vermelhas). Qualquer alteração durante ou após a transfusão, deverá ser comunicada à equipa de enfermagem para que desta forma se possam desencadear os procedimentos adequados.
O sangue transfundido é seguro?
No processo de seleção, o dador é submetido a um questionário detalhado sobre a sua saúde, medicação que utiliza e fatores de risco para doenças infeciosas transmitidas pelo sangue.
Conforme a Lei em vigor, todo o sangue é testado para Hepatites B e C, HIV, Sifilis e HTLV (vírus associado à Leucemia/ Linfoma e paraparésia Espástica Tropical).
Mesmo com todo este rigor técnico, excecionalmente, é possível a ocorrência de transmissão de doenças infetocontagiosas, inclusive as mencionadas.
O controlo de qualidade do sangue transfundido do Hospital de Braga é extremamente rígido, com o objetivo de garantir o máximo de segurança possível.
A metodologia empregue na colheita, preparação e seleção do sangue a transfundir, permite ao doente a certeza de um produto seguro e que cumpre os requisitos do estado atual do conhecimento científico.
Tendo tomado consciência dos riscos e benefícios deste procedimento, é necessário que o doente ou o seu responsável assine o documento, no qual é consentida a sua realização.
Como se obtém o sangue a ser transfundido?
O sangue não é comercializado e só pode se obtido através de dádivas benévolas. Para que se possam efetuar transfusões, é necessária a existência de sangue e que os dadores se dirijam ao serviço de Imunohemoterapia (serviço de sangue).
O que é a Auto-Transfusão?
Auto-Transfusão ou Transfusão Autóloga é a designação do processo de reinfusão do sangue do próprio indivíduo. Existem vários tipos de Auto-Transfusão, o Hospital de Braga efetua a Auto-Transfusão de pré-depósito. O sangue é antecipadamente colhido ao doente depois de este ter sido sujeito a uma avaliação médica. Depois de colhido é analisado e conservado, ficando reservado durante o seu período de validade. Se necessário, é aplicado na ocasião da cirurgia ou no pós-operatório. Este procedimento minimiza a possibilidade de reações adversas e o risco de transmissão de doenças. No caso de ter uma cirurgia programada, pode solicitar ao seu médico a avaliação para este procedimento. Se durante a cirurgia e no pós-cirúrgico, o doente não tiver indicação para fazer a sua unidade de sangue, este fica reservado para o doente até terminar o seu prazo de validade, ao fim do qual a unidade é inutilizada. O sangue autólogo nunca é transfundido a outros doentes, mesmo que o próprio não necessite de fazer transfusão.
Os profissionais do serviço de Imunohemoterapia estão à disposição para quaisquer informações adicionais que o doente ou os seus familiares desejem.
Informação elaborada pelo Serviço de Imunohemoterapia do Hospital de Braga
FI.IHEM.003