Através deste procedimento pretende-se a eliminação total do rim doente e a resolução dos sintomas que provoca. 

Procedimento: 

O procedimento exige a administração de anestesia e é possível que, durante ou depois da intervenção, seja necessária transfusão de sangue e/ou derivados. 

Através desta técnica procede-se à excisão de um rim doente. Realiza-se nefrectomia parcial, quando é possível conservar uma parte sã do rim. 

Esta intervenção realiza-se sob anestesia geral e habitualmente a incisão é na região lombar, por baixo das costelas ou por entre estas, sendo por vezes necessário ressecar a última costela. 

Esta intervenção é uma cirurgia importante e que a sua dificuldade e gravidade dependem da doença do rim e das características do doente; aumenta nos doentes muito obesos, nos de mais idade, em doentes com problemas respiratórios, cardíacos, em diabéticos, etc. Após a intervenção o doente fica com soros durante alguns dias e depois da alta hospitalar podem persistir queixas ao nível da incisão, que desaparecem em semanas. 

Efeitos Indesejáveis possíveis: 

Apesar da adequada escolha da técnica e da sua correta realização, podem aparecer efeitos indesejáveis, tanto os comuns derivados de toda a intervenção, e que podem afetar todos os órgãos e sistemas, como outros específicos do procedimento: não conseguir a extirpação parcial do rim; persistência total ou parcial da sintomatologia prévia; infeção urinária, como consequência da sonda vesical pós-intervenção, se esta vier a ser necessária; hemorragia incoercível, tanto durante o ato cirúrgico como no pós-operatório, cujas consequências são muito diversas, dependendo do tipo de tratamento que seja necessário efetuar, oscilando desde uma gravidade mínima até à possibilidade de morte, em consequência direta da hemorragia ou por efeitos secundários dos tratamentos efetuados; 

  • Complicações pulmonares, como consequência da eventual abertura do tórax (pneumonia, hemotórax ou hemorragia na cavidade torácica, pneumotórax ou ar na cavidade torácica, hérnia diafragmática em consequência da abertura do diafragma); 
  • Paralisia diafragmática em consequência da lesão do nervo frénico e com repercussões respiratórias mais ou menos graves, dependendo da intensidade da lesão; 
  • Piotórax ou infeção maciça da cavidade torácica, com possível morte; 
  • Insuficiência respiratória em consequência de complicações ou de patologia prévia, que oscilará desde muito leve a muito grave, com possibilidade de morte; 
  • Complicações da ferida cirúrgica (infeção com diferentes gravidades, deiscência da sutura, fístulas permanentes ou temporárias, defeitos estéticos devidos a alguma das complicações anteriores ou processos cicatriciais anômalos, intolerância aos materiais de sutura que pode exigir reintervenção para a sua extração; nevralgias, hiperestesia – aumento da sensibilidade – ou hipoestesia – diminuição da sensibilidade; lesões de outras vísceras (intestino, baço, fígado…) por vezes de consequência imprevisíveis; lesão vascular importante (veia cava, aorta, artéria e veia supra-renal, etc.); 
  • Tromboembolismos venosos profundos ou pulmonares, cuja gravidade depende da intensidade do quadro; 
  • Hemorragias digestivas, que são pouco frequentes, mas que podem existir ainda que se tomem medidas profiláticas, cuja gravidade depende da sua intensidade; 
  • Complicações abdominais como consequência da eventual abertura do abdómen (paresia intestinal passageira ou persistente, obstrução intestinal que exige intervenções com resultados imprevisíveis, peritonite ou infeção da cavidade abdominal) com resultados imprevisíveis; 

Estas complicações habitualmente se resolvem com tratamento médico (medicamentos, soros…) no entanto podem levar à necessidade de uma reintervençāo, por vezes de urgência, incluindo um risco de mortalidade. 

As alternativas são e embolização e a terapêutica médica. 

Orientações para o Domicílio: 

  • Deve realizar cuidados de penso no Centro de Saúde 
  • Deve remover os agrafos ao 12º dia pós-operatório 

Micção: 

  • Vigiar caraterísticas e quantidade de urina 
  • Avisar o médico caso tenha perda de sangue abundante 

Penso Operatório: 

  • Manter penso limpo e seco até remoção dos agrafos 
  • Cumprir a troca de penso no Centro de saúde, conforme indicação, caso os pensos se molharem, deverão ser substituídos por pensos secos 

Deambulação/ Atividade Física: 

  • A atividade física deve ser restrita durante o primeiro mês após a cirurgia 
  • Pode caminhar com moderação 
  • Não pegar em objetos pesados 

 Alimentação: 

  • Não há restrições alimentares 
  • Deve beber cerca de 2 litros de água por dia  

Medicação: 

  • Cumprir corretamente a toma da medicação prescrita 
  • Se febre superior a 38ºC ou dor que não cede à medicação prescrita, deve dirigir-se ao serviço de urgência 

Sinais de Complicação: 

  • Febre ou dor intensa que não passa com a medicação analgésica prescrita; 
  • Perda de sangue (hemorragia)  
  • Ferida infetada;   
  • Baixa produção de urina ou nula; 
  • Urina com sangue, ou com cor escura ou com cheiro fétido. 

Informação elaborada pelo Serviço de Urologia do Hospital de Braga

FI.URO.010