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I, U

Uretrotomia Interna

Através deste procedimento pretende-se a melhoria da qualidade da micção e a supressão da sonda vesical permanente, se dela for portador. 

Procedimento: 

O procedimento requer a administração de anestesia, de cujos riscos será informado pelo serviço de Anestesiologia. 

Através desta técnica, procede-se à incisão total da estenose (aperto) da uretra. A estenose deve-se a uma cicatriz localizada no interior da uretra, que diminui o calibre desta e pode dever-se a várias causas: congénita (habitualmente detetada na infância), infeções, traumatismos ou como sequela da cirurgia transuretral ou algaliações prévias. 

A realização desta intervenção exige anestesia local, regional ou, em escassas ocasiões, anestesia geral e que a técnica se realiza introduzindo através da uretra um instrumento endoscópico dotado de um bisturi (uretrótomo) que permite seccionar a zona de estenose. 

Após a intervenção, é necessário manter uma sonda uretral durante um período variável para manter o calibre da uretra. Depois da remoção da algália, pode ser necessário realizar dilatações da uretra (algaliações com sondas de calibre progressivamente maior). 

Efeitos indesejáveis possíveis 

Apesar da adequada escolha técnica e da sua correta realização, podem aparecer efeitos indesejáveis, tanto os comuns derivados de toda a intervenção, e que podem afetar todos os órgãos e sistemas, como outros específicos do procedimento: 

  • Não conseguir melhorar a qualidade da micção ou não poder retirar a sonda vesical permanente, se dela fosse anteriormente portador; 
  • Recidiva da estenose ou desenvolvimento de uma nova estenose uretral, que exigirá tratamentos posteriores, entre os quais pode estar indicado proceder à realização de um meato perineal permanente; incontinência urinária que pode ser total e permanente, parcial e permanente, total e temporária ou parcial e temporária; 
  • Incontinência urinária que pode ser total e permanente, parcial e permanente, total e temporária ou parcial e temporária; 
  • Perfuração da uretra durante o ato cirúrgico, que provoque extravasamento do líquido de irrigação para as estruturas periuretrais, com a possibilidade de formação de abcesso (se suceder esta complicação, seria necessária a realização urgente de outra intervenção diferente); 
  • Hemorragia incoercível, tanto durante o ato cirúrgico como no pós-operatório, cujas consequências são muito diversas, dependendo do tipo de tratamento que venha a ser necessário, oscilando desde uma gravidade mínima até à possibilidade de morte, em consequência direta da hemorragia ou por efeitos secundários dos tratamentos utilizados; 
  • Perfuração de outros órgãos (reto); 
  • Impotência total ou parcial; 
  • Tromboembolismos venosos profundos ou pulmonares, cuja gravidade depende da intensidade do processo; 
  • Hemorragias digestivas, que são pouco frequentes, mas que podem existir, ainda que se tomem medidas profiláticas e cuja gravidade depende da sua intensidade. 

Estas complicações habitualmente resolvem-se com tratamento médico (medicamentos, soros…), no entanto podem levar à necessidade de uma reintervenção, por vezes de urgência, incluindo um risco de mortalidade. 

O tempo de internamento é de 3 a 4 dias, conforme a dimensão e quantidade de lesões. 

Orientações para o Domicílio:

  • Tem alta algaliado em sistema de drenagem intermitente  
  • Deve manter algália durante 3 semanas e posteriormente deve remover a sonda vesical no Centro de Saúde 

Algália: 

  • Dirigir-se ao serviço de urgência se a algália sair ou deixar de drenar urina 
  • Vigiar características e quantidade de urina 
  • É frequente que a urina apareça tingida de sangue durante alguns dias após a cirurgia.  
  • Avisar o médico caso tenha perda de sangue abundante 
  • Respeitar a data para retirar a algália no Centro de Saúde 
  • Alguns doentes sentem uma sensação de cólicas ou espasmos que normalmente são transitórios ou diminuem com o tempo, caso seja necessário, tomar medicamentos prescritos pelo médico  
  • Manusear o clampe (tampa) com as mãos lavadas (antes e após) 
  • Substituir o clampe (tampa), sempre que se justifique 
  • Caso o clampe (tampa) caia ao chão, é necessário substitui-lo (não usar o mesmo) 
  • Cumprir o esvaziamento da bexiga de 2 em 2 horas (mesmo que não sinta a bexiga cheia) 

Deambulação/ Atividade Física: 

  • A atividade física deve ser restrita durante o período em que permanece com a algália 
  • Pode caminhar com moderação 
  • Não pegar em objetos pesados 

Alimentação: 

  • Não há restrições alimentares 
  • Deve beber cerca de 2 litros de água por dia  

Medicação: 

  • Cumprir corretamente a toma da medicação prescrita 
  • Se febre superior a 38ºC ou dor que não cede à medicação prescrita, deve dirigir-se ao serviço de urgência 

Sinais de Complicação:

  • Febre ou dor intensa que não passa com a medicação analgésica prescrita; 
  • Baixa produção de urina ou nula; 
  • Urina com sangue, ou com cor escura ou com cheiro fétido. 

Informação elaborada pelo Serviço de Urologia do Hospital de Braga

FI.URO.030

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