As quedas são umas das principais causas de lesões nos adultos, condicionando a sua qualidade de vida e autonomia.
Mais de um terço das pessoas idosas sofre, pelo menos, uma queda por ano. Uma em cada três podia ser prevenida. De acordo com dados de 2010 da Organização Mundial de Saúde, até um ano depois da primeira queda, mais de 50% dos idosos estão acamados ou são institucionalizados.
Quedas: um problema de saúde pública
Pela sua frequência, morbilidade e elevado custo social e económico decorrentes das lesões provocadas, as quedas são um importante problema de saúde pública. São a segunda causa de morte por lesão acidental e não intencional. No Hospital de Braga, em 2018, foram registados 13.265 episódios de urgência, originados por quedas.
As progressivas transformações do sistema sensorial e motor no processo de envelhecimento, traduzem-se pelo aumento da instabilidade postural que leva a uma maior tendência para ocorrência de quedas. Com o avançar da idade existem alterações no modo como o corpo reage. Estas alterações refletem-se na capacidade para se ajustar às situações do dia-a-dia.
Fatores de Risco para as Quedas
A queda é um evento agudo, inesperado e multifatorial de causas individuais ou ambientais. Os seus fatores de risco são muitas vezes subestimados e ignorados. A nível pessoal, hábitos alimentares desequilibrados, sedentarismo, alterações de visão/audição, estado mental alterado, alguns medicamentos (indicados para tensão arterial, depressão, ansiedade, alergias), historial de quedas e o medo de cair, constituem os principais fatores de risco.
Como diminuir o risco?
Com simples alterações, muitas quedas podem ser prevenidas. Torna-se, portanto, importante a realização de determinas atividades: exercícios frequentes para melhorar o equilíbrio, postura, tónus muscular e coordenação motora; melhorar hábitos alimentares; vigiar saúde visual, auditiva e dentária; tornar o ambiente seguro, adotando medidas, tais como:
- remover os obstáculos que dificultam andar, as passagens tem de estar desimpedidas;
- colocar objetos de uso frequente ao seu alcance;
- utilizar barrar de apoio, sobretudo na casa de banho, corredor e escadas;
- melhorar iluminação (à medida que envelhece há necessidade de luzes mais fortes), colocar luz de presença sobretudo nas zonas de acesso à casa de banho;
- não caminhar em superfícies molhadas, escorregadias ou enceradas;
- evitar os fios elétricos no chão (ex. telefone), devendo fixá-los à parede;
- usar vestuário adequado (não vestir peças longas que possam enrolar nos pés, mas sim, confortáveis e não excessivamente apertadas) e calçado (antiderrapante, fechados no pé de modo a que não saia facilmente, eliminar uso de chinelos e não andar descalço/só em meias);
- reorganizar a casa de modo a ter sempre acessíveis os produtos de maior consumo (evitar uso de escadotes ou bancos);
- evitar uso de tapetes e passadeiras;
- ter meio de contacto (telefone ou telemóvel) por perto e acessível principalmente se estiver sozinho em casa e se ausentar para o exterior da casa;
- evitar beber líquidos depois das 18h para reduzir ou até anular as idas noturnas à casa de banho;
- ter atenção aos animais domésticos soltos pois podem irem ao encontro dos pés sem que pessoa se aperceba;
Todas estas medidas são essenciais. Contudo é fundamental que a pessoa aceite as alterações fisiológicas e cognitivas que vão decorrendo ao longo do tempo e reconheça o pedido de ajuda para quando essas mudanças ocorrerem.
Se cair não entre em pânico! Contacte alguém, faça pedido de ajuda/ barulho para chamar atenção e mantenha-se calmo.