O que é?
A dissecção endoscópica da submucosa é uma técnica endoscópica que permite a remoção de lesões pré-malignas ou malignas precoces (no início do seu desenvolvimento) do tubo digestivo (esófago, estômago, cólon e recto). A dissecção da submucosa permite realizar a ressecção das lesões num único fragmento em mais de 90% dos casos. Isto diminui o risco de reaparecimento da lesão. A taxa de novo crescimento da lesão após o tratamento é inferior a 3%. A disseção endoscópica da submucosa é também um procedimento minimamente invasivo no qual o órgão de onde é removida a lesão é preservado.
Como é realizado?
O procedimento, realizado com sedação endovenosa, inicia-se com a realização de uma endoscopia digestiva, permitindo a visualização da área afectada. Depois, é injectada uma solução na parede do tubo digestivo para ajudar a elevar a lesão. A lesão é removida usando dispositivos específicos (chamados facas de dissecção). No final é removida a lesão frequentemente num fragmento único. Esta nova técnica torna-se cada vez mais uma alternativa ao tratamento cirúrgico de lesões gastrointestinais não muito avançadas. Esta técnica pode ser realizada no esófago, estômago, duodeno, intestino grosso e reto, no entanto as taxas de sucesso e de complicações são diferentes nestes diferentes órgãos.
Preparação para o exame
No caso de dissecção do tubo digestivo superior, deverá fazer jejum (alimentos e líquidos) de pelo menos 8 horas antes do exame.
No caso de dissecção do tubo digestivo inferior, deverá fazer uma preparação intestinal de acordo com as instruções em folha anexa.
Notas importantes
Deve ter em consideração os seguintes pontos:
- Suspender a toma de antiagregantes e anticoagulantes (por exemplo, a varfarina) alguns dias antes do exame, de acordo com a orientação do médico assistente;
- Informar o médico de toda a medicação que está a tomar e de eventuais alergias a medicamentos.
Após o exame
Esta técnica é realizada com o paciente sob sedação ou anestesia geral e implica, normalmente um internamento de 48-72 horas para vigilância de potenciais complicações.
Riscos e complicações
Este procedimento pode estar associado a perfuração (em cerca de 2% dos casos) e hemorragia (cerca de 5% dos casos). As perfurações poderão ser tratadas durante a endoscopia. No entanto, alguns doentes necessitam de cirurgia para tratamento da perfuração. As hemorragias são normalmente moderadas, sendo a transfusão de sangue necessária em poucos casos. Em menos de 1% das dissecções endoscópicas da submucosa pode ser necessário realizar cirurgia para parar a hemorragia. Como em todos os atos médicos interventivos há um risco de mortalidade, embora reduzido.
Informação elaborada pelo Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Braga
FI.GASTRO.056