Desde o nascimento que o ato de cuidar surge de forma natural ao crescimento do ser humano, envolvendo a figura parental que ensina os seus a crescer e adquirir a sua autonomia e responsabilidade.
Apesar de ser um ato natural, cuidar pode advir de uma situação, previsível ou imprevisível, de doença.
É perante este conceito global do cuidado, que nos acompanha ao longo da vida, que nos devemos questionar sobre “E se eu fosse cuidador?”
A pessoa que assume o papel de cuidador participa num processo complexo e exigente, dado que requer a aquisição de conhecimentos e competências para assegurar as atividades de vida da pessoa cuidada, envolvendo esforço físico, emocional, social ou até financeiro.
Ainda que qualquer um possa assumir este papel, por ato natural que é, há determinadas características que parecem favorecer a aquisição do mesmo.
Perfil típico do Cuidador:
- Género feminino;
- Idade entre 45-55 anos;
- Relação de parentesco de esposa ou filha;
- Baixa escolaridade;
- Baixos rendimentos económicos;
- Coabitação com a pessoa cuidada.
Em geral, o cuidador revela-se tipicamente por um conjunto de motivações pessoais e vínculos afetivos, baseados no sentimento de retribuição ou gratidão. Por outro lado, pode igualmente basear-se num sentimento de dever moral e social.
Independentemente do sentimento de origem, a vontade, disponibilidade e resiliência serão fundamentais para o exercício do papel.
Em suma, numa sociedade cada vez mais envelhecida, este tema adquire especial importância, no sentido em que se relaciona com as necessidades da população, devendo sempre ser encarado de forma integrada e apoiada em políticas sociais e de saúde. Não se pode, porém, descorar o seu impacto mediático em tempos em que se discutem temas como o estatuto do cuidador informal, o testamento vital e despenalização da eutanásia, mesmo que pareçam totalmente contraditórios.