Através deste procedimento pretende-se a correção ou melhoria da incontinência urinária. A realização do procedimento pode ser captada em imagens para fins científicos ou didáticos.
PROCEDIMENTO:
O procedimento requer a administração de anestesia e é possível que, durante ou depois da intervenção, seja necessária a utilização de sangue e/ou seus derivados.
Através desta técnica cirúrgica ou minimamente invasiva por via combinada vaginal e abdominal (a mais frequentemente utilizada), por meio de pequenas incisões na vagina, em que se dão alguns pontos de sutura ou se colocam bandas para suster, elevar e fixar a uretra e a bexiga, que estão excessivamente móveis ou descaídas (prolapso). Estes pontos de sutura ou bandas são transferidos e encerrados, através de uma incisão abdominal mínima ou da região obturadora. As bandas podem ser sintéticas (habitualmente) ou autólogas (do próprio). Em determinados doentes, pode ser necessária a correção de defeitos perineais co-existentes (enterocele, retocele, cistocele).
Esta cirurgia representa uma gravidade moderada e pode ser realizada, consoante as circunstâncias, por meio de anestesia local ou regional. O pós-operatório é habitualmente curto (1-3 dias, em média) ainda que, por vezes, seja recomendável que a doente tenha alta com uma sonda uretral ou supra-púbica, ou sendo necessário realizar algaliações intermitentes para esvaziar a bexiga, até que esta se acomode à sua nova posição.
Outras técnicas similares a esta desenvolvem-se exclusivamente através de uma maior incisão abdominal.
EFEITOS INDESEJÁVEIS POSSÍVEIS:
Apesar da adequada escolha da técnica e da sua correta realização, podem aparecer efeitos indesejáveis, tanto os comuns derivados de toda a intervenção, e que podem afetar todos os órgãos e sistemas, como outros específicos do procedimento:
- Não conseguir uma melhoria da incontinência e/ou prolapso vesical, já que estas técnicas simples apresentam um índice de insucesso que oscila entre 10 a 40%, em função das doentes;
- Não poder urinar espontaneamente (por retenção urinária ou por compressão uretral durante a cirurgia), podendo ser necessária uma nova intervenção cirúrgica de correção;
- Pode surgir hemorragia intensa, tanto durante a cirurgia, como no pós-operatório, cujas diversas consequências vão desde a necessidade de transfusão de sangue à reintervenção com possibilidade de morte em consequência da hemorragia ou dos tratamentos utilizados;
- Ainda que seja muito pouco frequente, ou problemas relacionados com a ferida cirúrgica (diminuição da sensibilidade cutânea ou vaginal, infecção nos seus diferentes graus de gravidade, abertura da ferida, que pode exigir re-intervenções, eventração (saída das ansas intestinais);
- Lesões uretrais e/ou vesicais, com fístulas temporárias ou permanentes, defeitos estéticos devido as complicações anteriores ou processos cicatriciais, intolerância ao material de sutura, com necessidade de extração cirúrgica;
- Formação de cálculos vesicais;
- Coito doloroso – dispareunia;
- Dor na região do púbis – osteite do púbis;
- Instabilidade vesical com sensação de urgência miccional;
- Debilidade dos músculos das pernas – paresias do quadricipite/pessoas;
- Reações inflamatórias dos nervos adjacentes — neurinomas;
- Prolapso da vagina ou do intestino posterior e outras complicações extremamente invulgares);
- Tromboembolismos venosos profundos ou pulmonares, cuja gravidade depende da intensidade do quadro;
- Hemorragias digestivas, que são pouco frequentes, mas podem ocorrer, ainda que se tomem medidas profiláticas, cuja gravidade depende da sua intensidade.
Estas complicações habitualmente se resolvem com tratamento médico (medicamentos, soros…) no entanto podem levar à necessidade de uma reintervenção, por vezes de urgência, incluindo um risco de mortalidade.
ORIENTAÇÕES PARA O DOMICÍLIO:
- Deve realizar cuidados de penso no Centro de Saúde
MICÇÃO:
- Vigiar caraterísticas e quantidade de urina
PENSO OPERATÓRIO:
- Manter penso limpo e seco
- Cumprir a troca de penso no Centro de saúde, conforme indicação, caso os pensos se molharem, deverão ser substituídos por pensos secos
DEAMBULAÇÃO / ATIVIDADE FISICA:
- A atividade física deve ser restrita durante as primeiras duas semanas após a cirurgia
- Pode caminhar com moderação
- Não pegar em objetos pesados
ALIMENTAÇÃO:
- Não há restrições alimentares
- Deve beber cerca de 2 litros de água por dia
MEDICAÇÃO:
- Cumprir corretamente a toma da medicação prescrita
- Se febre superior a 38ºC ou dor que não cede à medicação prescrita, deve dirigir-se ao serviço de urgência
SINAIS DE COMPLICAÇÃO:
- Febre ou dor intensa que não passa com a medicação analgésica prescrita;
- Perda de sangue (hemorragia)
- Ferida infetada
- Baixa produção de urina ou nula;
- Urina com sangue, ou com cor escura ou com cheiro fétido.
Informação elaborada pelo Serviço de Urologia do Hospital de Braga
FI.URO.049