Obstipação (“intestino preso” por mais de 4 dias) 

O que é? 

Situação na qual a frequência e quantidade de fezes está reduzida, ou seja, é a retenção de fezes no intestino para além do tempo normal de esvaziamento (1 a 4 dias).  

Porque aparece?  

Ingestão reduzida de líquidos; Alimentação pobre em fibras; Modo de vida sedentário; Stress, nervosismo e ansiedade; Contenção da vontade de evacuar; Medicamentos (por ex: analgésicos, opiáceos, …). 

Como prevenir e resolver? 

Adotando hábitos alimentares saudáveis, nomeadamente, realizar refeições a horas certas para educar o seu intestino e ingerir líquidos em quantidade adequada. A água é importante para que as fezes não se tornem duras. 

Conselhos úteis: 

  • Aumentar a ingestão de líquidos ao longo do dia (cerca de 1.5 – 2 L ou 8 copos por dia): água, chá, tisanas, infusões, sumos de fruta diluídos; 
  • Beber entre as refeições e limitar a sua ingestão durante as refeições; 
  • Tomar uma bebida morna (água ou chá), meia hora antes do período habitual do funcionamento do intestino; 
  • Comer 1/4 a 1/2 chávena almoçadeira de cereais de pequeno-almoço ricos em fibra, por exemplo, flocos de aveia, flocos de trigo com farelo (com mais do que 5 g de fibra/ dose – veja nos rótulos). Atenção, não exagerar no consumo destes produtos;  
  • Aumentar o consumo de produtos integrais ou de mistura, por exemplo, pão, farinha, arroz e massa integrais; 
  • Reforçar o consumo de produtos hortícolas. Às refeições principais, incluir no seu prato hortaliças cozidas ou saladas. Não esquecer a sopa, que deverá ter legumes não passados adicionados à base, ou também, uma colher de sopa de farelo. Não colocar arroz na sopa;  
  • Aumentar a ingestão de fruta para 3 a 4 peças por dia. Em crianças ou adultos com dificuldades de mastigação pode optar por fruta crua ralada em puré ou em sumo natural. Evitar a banana; 
  • Comer alimentos com propriedades laxantes – grelos, nabiças, espinafres, kiwi, laranja, figos, damascos, papaia-mamão, ameixas pretas (de preferência em jejum);  
  • Comer iogurtes de preferência probióticos (com bifidus), pois reequilibram a flora intestinal; 
  • Evitar as leguminosas, tais como o feijão, o grão, as lentilhas, as favas e as ervilhas, só enquanto o seu trânsito intestinal não estiver regularizado; 
  • Mastigar devagar; 
  • Fazer várias refeições ao longo do dia e em pequenas quantidades de modo a facilitar a digestão e minimizar a formação de gases intestinais; 
  • Não comer, no mesmo dia, kiwis, laranjas, figos, dióspiros, ameixas, frutas com casca, frutos secos e produtos integrais, se não beber bastantes líquidos; 
  • Se tiver cólicas deverá evitar os alimentos indicados para a flatulência;  
  • Em caso de flatulência, preparar os alimentos com poucos condimentos e cozinhá-los com pouca gordura (preferir gordura vegetal); 
  • Sempre que apresente flatulência, alguns alimentos devem ser ingeridos com moderação ou retirados temporariamente da sua alimentação. Reintroduza um alimento de cada vez para avaliar o seu efeito na digestão. Fazer um “Diário Alimentar” onde regista os alimentos e as bebidas que experimentou e que lhe provocaram efeitos indesejáveis; 
  • Aumentar a atividade física (fazer caminhadas ao seu ritmo); 
  • Vigiar o seu peso. 

Em caso de risco de oclusão intestinal, ter o cuidado de: 

  • Beber muitos líquidos; 
  • Comer os vegetais passados na sopa e no prato; 
  • Evitar alimentos flatulentos, duros (maçã crua, frutos secos, feijões) e mal mastigados (se necessário, passar a carne). 

Flatulência e odores (“gases”):  

Alguns alimentos contribuem para a produção de gases e odores. Se se tornarem um problema, devem ser evitados ou ingeridos com moderação:  

  • Queijos gordos e curados;  
  • Ovos e produtos à base de ovos;  
  • Carnes fumadas;  
  • Peixe frito, de conserva e peixe gordo (salmão, enguia, atum enlatado, congro…);  
  • Marisco;  
  • Pão, massas e arroz mal cozinhados;  
  • Leguminosas (feijão, grão, favas, lentilhas, ervilhas, soja) e milho;  
  • Alguns legumes e vegetais: nabo, aipo, rabanete, rábano, couve de sabóia/ lombardo, couve branca, couve-flor, brócolos, couve-de-bruxelas, pepino, pimentos, espargos, cebola, alho e cogumelos;  
  • Alguns frutos: melancia, melão, abacate, nozes, castanha, amendoim, avelãs, amêndoas, figos secos; 
  • Bebidas gaseificadas, cerveja e licores;  
  • Algumas especiarias: mostarda, pimenta, caril….  

Se ainda tiver algumas dúvidas quanto à sua alimentação ou se, eventualmente, notar alterações repentinas no seu apetite ou peso, contacte o seu nutricionista.

Informação elaborada pelo Serviço de Nutrição do Hospital de Braga

FI.SN.013