O cancro começa com um grupo de células a crescer de forma descontrolada. O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres.

O cancro da mama é uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, não só por ser muito frequente, mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo, na maternidade e na feminilidade.

Em Portugal, anualmente são detetados cerca de 6000 novos casos de cancro da mama. Apesar de mais raramente, pode afetar os homens (cerca de 1% dos cancros da mama). Grande parte da informação aqui apresentada é também aplicável a homens com cancro da mama.

A Mama

A mama é um órgão que pode produzir leite e está por cima dos músculos do peito (peitorais), que cobrem as costelas.

Cada mama feminina encontra-se dividida em 15 a 20 secções, os chamados lobos. Os lobos contêm muitos lóbulos mais pequenos com grupos de glândulas que produzem leite. O leite flui dos lóbulos através de uns tubos finos, os ductos, até ao mamilo. O mamilo é o centro de uma área escura de pele, a aréola. O espaço entre os lóbulos e os ductos é preenchido com gordura. No homem o tecido mamário consiste em alguns ductos sob a aréola, mas praticamente não há lobos e a quantidade de gordura é menor.

A mama também tem vasos linfáticos, que transportam um líquido – a linfa. Os vasos linfáticos terminam nuns órgãos pequenos e arredondados – os gânglios linfáticos (linfonodos em brasileiro). Encontram-se grupos de gânglios linfáticos perto da mama, nas axilas (debaixo do braço), acima da clavícula, na zona central do peito, e em muitas outras partes do corpo. Quando as células de cancro da mama entram no sistema linfático, podem viajar até estes gânglios linfáticos próximos da mama. Noutros casos podem viajar pelo sangue para outros órgãos (mais raro – menos de 5% das doentes).

Biópsia – Diagnóstico

Muitas vezes é necessário retirar tecido ou líquido da mama, para ajudar o médico a perceber se é definitivamente um cancro. A este procedimento chamamos biópsia.

Por vezes, uma área suspeita não é palpável. Sendo assim, o médico poderá usar aparelhos que fornecem imagens, para ver a área onde será retirado o tecido. 

A biópsia pode então ser guiada por ecografia ou por mamografia (estereotáxica), realizadas sob anestesia local. Não é necessário jejum nem internamento para fazer este exame.

O tecido retirado na biópsia é analisado num laboratório, onde um médico patologista usa um microscópio e outras técnicas associadas para procurar células cancerígenas. Se existirem células cancerígenas, o patologista pode então caraterizar o tipo de cancro. O tipo de cancro da mama mais comum é o carcinoma ductal: tem início no interior dos ductos (canais de passagem do leite). Outro tipo de cancro da mama é o carcinoma lobular: tem início nos lóbulos (locais onde se forma o leite).

Se o diagnóstico for cancro, serão realizados também outros testes no tecido retirado na biópsia para planear o tratamento:

  • Teste dos recetores hormonais. É necessário saber se o cancro necessita de hormonas (estrogénios ou progesterona) para se desenvolver.
  • Pesquisa do aumento de um recetor que leva ao crescimento e à multiplicação das células cancerígenas, chamado HER-2.

Tratamento

As mulheres com cancro da mama têm várias opções de tratamento e muitas recebem mais do que um tipo de tratamento. Estes incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapêutica hormonal e outras terapêuticas dirigidas ao subtipo de cancro.

Informação elaborada pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga

FI.GINOB.037