As doenças respiratórias em idade pediátrica são um dos principais motivos de urgência nos meses de Inverno. Na maioria das vezes são doenças víricas que podem afetar as vias respiratórias altas (rinofaringites, amigdalites, otites, sinusite ou laringite) ou baixas (bronquiolites e pneumonias).

Os sintomas são muitas vezes inespecíficos e autolimitados como dor de garganta, febre, obstrução nasal, tosse e rouquidão que resolvem ao fim de alguns dias apenas com medidas gerais (antipiréticos/analgésicos para controlo da febre e dor (paracetamol e ibuprofeno), lavagens nasais frequentes e aumento da ingestão de líquidos).

No entanto, quando os sintomas preocupam os pais devem ser descartadas complicações. Assim, na presença de sinais de dificuldade respiratória, febre que persiste mais do que 3 dias, olho vermelho com secreções amarelas ou dor de ouvido deve ser procurada ajuda médica pois pode estar presente uma complicação bacteriana que necessite de um tratamento mais específico como um antibiótico.

Importa referir que nas doenças respiratórias a prevenção é mesmo o melhor remédio e há medidas simples que devem ser tidas em conta e que podem ajudar a prevenir alguns episódios como:

  • a lavagem das mãos com água e sabão depois de tossir ou espirrar;
  • a proteção da boca após o espirro ou tosse com um lenço de papel ou com o braço (zona interior do cotovelo);
  • a evicção de contacto com doentes;
  • a desinfeção de superfícies e brinquedos com detergentes ou soluções alcoólicas de desinfeção.

Para além destas medidas, a instituição de hábitos de vida saudáveis como a evicção do fumo do tabaco, a prática desportiva regular, a vida ao ar livre e uma alimentação saudável são importantes para reforçar defesas e permitir um inverno livre de preocupações.

Fábia Ginja de Carvalho

Médica do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga