- Insulinoterapia Intensiva
Objetivo é obter glicemias:
- Antes das refeições entre 70/80 -150 mg/dL;
- Na ceia, o objetivo da glicémia é > 120-140 mg/dL (atenção: evitar risco de hipoglicemia);
- Durante a noite, às 2-3 h da manhã, a glicemia deve ser maior que 110 mg/dL.
Ajustes:
- Mudar uma dose de cada vez;
- Mudar 0,5/ 1 a 2 unidades de cada vez;
- Insulina lenta: mudar no máximo uma a duas vezes por semana (efeito “dépot” 2 a 5 dias).
Ajustes no exercício físico:
- Após o exercício físico a glicemia baixa durante 8 a 12 horas;
- Diminuir uma unidade, ou diminuir 2 unidades se fizer mais do que 10 U, ou seja 10 a 20 % da dose.
Fase de Lua-de-mel
- Se está a necessitar de < 0,5 U/kg/dia de insulina;
- Duração habitual de 6 a 12 meses.
Na fase de remissão dar menos insulina pelos alimentos extra (1/2 a ¼ Unidade).
Insulina Intermédia
- Insulatard
- Humulin NPH
- Isuman NPH
Administração à Ao deitar
Duração de ação à 14-16 horas
Uma a duas administrações ao dia.
Insulina rápida antes de cada refeição.
Insulina intermédia ao pequeno-almoço e ao deitar (ceia).
Refeições a horas certas, nº de 6 ao dia
Insulina Rápida
- Humalog
- Novorapid
- Apidra
- Actrapid®
Administração à no início refeição
Duração de Ação à 2-3 horas
A cada refeição refeição
Insulina Ultra Rápida
- Fiasp
Insulina Longa
- Lantus
- Detemir
- Abasaglar
Administração à Ao deitar ou pequeno-almoço
Duração de ação à 20-24 horas
Uma administração ao dia.
Insulina Ultra Longa
- Tresiba
Técnica de Administração da Insulina
- Retirar o ar da caneta, desperdiçando 2 a 4 unidades.
- Fazer a prega cutânea: segurar entre 2 dedos, desfazendo após retirar agulha.
- Posicionar a caneta na vertical.
- Contar até 10-20, após a administração da insulina
- De preferência, mudar diariamente a agulha de cada caneta.
As insulinas de ação intermédia devem ser agitadas levemente antes da sua aplicação.
Locais de Administração da Insulina
- Insulina Rápida e Ultra-Rápida – na barriga (no braço ou na nádega).
- Insulina Lenta, Intermédia ou de mistura da manhã – na barriga.
- Insulina Lenta, Intermédia – na perna (face Antero-lateral da coxa).
As Insulinas devem ser administradas de preferência à mesma hora e na mesma zona. No entanto é necessário variar/ rodar os locais de administração, de 15 em 15 dias, de forma a evitar as lipodistrofias (papos).
Conservação da Insulina
Os frascos de insulina e as cargas instaladas nas canetas em uso, devem ser conservadas à temperatura ambiente (manter afastadas da luz solar direta e de locais quentes como o porta-luvas do carro, etc). A insulina é estável a 25ª C entre 24 a 36 meses, mas as cargas devem ser mudadas mensalmente. Ao olhar para um frasco de insulina de ação rápida, o líquido no seu interior deve ser claro e completamente transparente. Já as insulinas de ação prolongada têm um aspeto turvo, mas sem cristais ou flocos.
A insulina que não se encontra em uso, deve ser conservada no frigorífico, em local afastado do congelador. É conveniente verificar sempre os prazos de validade da insulina.
Hemoglobina Glicosilada (HA1c)
Uma parte do açúcar (glicose) que circula no sangue liga-se à hemoglobina dos glóbulos vermelhos, mesmo nas pessoas que não têm diabetes. A esta hemoglobina dá-se o nome de hemoglobina glicosilada ou glicada ou ainda hemoglobina A1c. Quanto mais açúcar existe no sangue, mais glóbulos vermelhos têm glicose ligada à sua hemoglobina e maior será o valor da hemoglobina glicosilada. Portanto, a análise da hemoglobina A1c pode dar-nos uma ideia de quais os valores da glicemia nas últimas semanas.
Como quando a glicose se liga à hemoglobina não se volta a separar, pode-se dizer que esta ligação é para toda a vida dos glóbulos vermelhos. No entanto, novos glóbulos vermelhos estão continuamente a ser feitos e outros a morrer. Isto quer dizer que a hemoglobina glicosilada mostra o valor médio das glicémias durante os 2 ou 3 meses anteriores (que é a vida média de cada glóbulo vermelho). A hemoglobina A1c deverá pois ser feita de 3/3 meses, com o objetivo de conseguir o valor mais adequado.
No método de análise que nós usamos, o valor normal encontra-se entre 4,0 e 6,0%. Isto significa que mesmo as pessoas que não têm diabetes têm glicose ligada a 4 a 6% da sua hemoglobina. Nesta escala, um diabético que controla bem a sua diabetes tem uma hemoglobina A1c de 6 a 7% ou 8%. Uma pessoa que tem diabetes ainda não diagnosticada, ou não tratada, pode ter uma hemoglobina glicosilada superior a 10% ou mesmo a 15%.
HbA1c <7% sem Hipoglicemias.
Hipoglicemia = baixa de açúcar no sangue (glicemia inferior 70 mg%)
Sinais e Sintomas:
- Pode não demonstrar sintomas;
- Palidez, olhar parado, discurso confuso/ incoerente, perda de força, suores frios, dor de barriga com sensação de fome, vómitos, etc;
- Perda de consciência, convulsões.
Tratamento da Hipoglicémia:
- Se Glicemia entre 60 e 70 mg/dl – 1 pacote de açúcar e depois comer hidratos de carbono (pão, bolachas, refeição);
- Se Glicemia inferior a 60 mg/dl – 2 (ou mais) pacotes de açúcar e depois comer hidratos de carbono (pão, bolachas, refeição);
- Se ocorre perda de consciência ou convulsões – medir a glicemia o mais rapidamente possível (confirmar hipoglicemia) e administrar meia ampola (se peso menor que 30 kg)/ uma ampola (se peso maior que 30 kg) de GLUCAGEN intramuscular (na coxa ou na nádega) e recorrer ao Serviço de Urgência;
- Após 10 a 15 minutos, verificar novamente a glicemia capilar.
Glucagen Hypo-Kit
Deve acompanhar o diabético para todo o lado, principalmente se for fazer exercício físico, pois pode ser necessária em qualquer altura.
Informação elaborada pelo Serviço de Pediatria do Hospital de Braga
FI.PED.033