Esta é uma “queixa” frequente dos doentes quando estão com o seu médico assistente. Com a chegada do tempo frio e húmido, muitas pessoas começam a sentir os primeiros sintomas do aparecimento da sinusite: dores de cabeça, congestão nasal, olfato e sabor diminuídos. Embora afete apenas a região da face, a sinusite pode constituir-se como um problema incapacitante para algumas pessoas.
A sinusite ou rinossinusite aguda refere-se a um processo inflamatório e infecioso da fossa nasal e seios perinasais, que dura pelo menos quatro semanas. Pode ser de causa vírica, bacteriana ou fúngica, sendo a causa mais comum uma infeção vírica associada a um resfriado comum. Uma em cada oito pessoas sofre de um episódio por ano, sendo mais frequente nas mulheres e em idades compreendidas 45 a 64 anos.
Constituem fatores de risco idade, hábitos tabágicos, viajar de avião, mergulho, alergias, asma, patologia dentária e imunodeficiência (ocorre quando o sistema imunológico não tem capacidade de defender o organismo de células estranhas, como é o caso de bactérias e fungos).
A maioria dos casos de rinossinusite aguda é vírica, são causados pelos rhinovirus, vírus influenza e parainfluenza, surgindo após infeção pelo vírus, por contacto direto com a conjuntiva ou mucosa nasal. Os sintomas aparecem no dia seguinte à infeção e a inflamação espalha-se para os seios perinasais por via sistémica ou direta através da pressão positiva que se cria quando assoamos o nariz. Da inflamação resulta uma hipersecreção devido a um aumento da permeabilidade vascular que causa transudação de fluido para a cavidade nasal e seios perinasais. Os vírus também afetam o movimento dos cílios da mucosa nasal, impedindo a sua limpeza. A combinação de edema (inchaço) da mucosa, secreções espessas e abundantes, associado à impossibilidade da sua remoção, conduz a uma obstrução nasal e perpetua o processo.
A rinossinusite aguda bacteriana ocorre em 0,5 a 2% dos doentes com infeção vírica quando as bactérias infetam secundariamente a cavidade nasosinusal inflamada. As bactérias mais comuns envolvidas são Streptococus Pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis.
Os Sintomas da rinosinusite vírica e bacteriana sobrepõem-se – congestão nasal e obstrução, descarga nasal purulenta (muco nasal amarelo escuro), desconforto dentário, dor na face ou pressão que é mais acentuada na região dos seios perinasais.
Outros sintomas podem incluir febre (geralmente baixa), cansaço, tosse, perda de olfato e paladar, pressão nos ouvidos, dor de cabeça, mau hálito.
Na rinossinusite vírica os doentes apresentam melhoria ou resolução dos sintomas em 7 a 10 dias. Nas rinossinusites agudas bacterianas os sintomas persistem por mais de 10 dias e são mais severos.
O tratamento desta patologia consiste numa boa hidratação oral, para permitir que as secreções nasais fiquem mais fluidas; na utilização de paracetamol ou ibuprofeno para aliviar as dores, corticoides nasais em spray para diminuir o edema; irrigação nasal com soluções salinas, descongestionantes nasais por curtos períodos de tempo e mucolíticos para fluidificar as secreções.
Se não melhorar no período de quatro semanas ou, se pelo contrário, piorar deverá consultar o seu médico assistente, para avaliar a necessidade de instituir antibioterapia ou diagnosticar e tratar possíveis complicações.