Nos primeiros meses de vida, o choro, o tónus muscular, o olhar, o movimento corporal, tudo são formas de linguagem. É desta maneira que o bebé comunica as suas necessidades, sentimentos e sensações. À medida que o tempo passa, o bebé começa a melhorar a sua capacidade de comunicar e os pais aprendem a interpretar o significado de certos sinais. 

É importante identificar os tipos de choro para reconhecer a causa e quais as necessidades do seu bebé, ou seja, o bebé pode chorar por fome, dor, cansaço, desconforto ou tédio. Contudo, pensa-se que um em cada cinco bebés tem crises repetidas de grande agitação, sem qualquer motivo aparente, o que conduz a que os pais se sintam impotentes e preocupados, com frequência. 

Se sente que está a perder o controlo: 

  • Peça a outra pessoa para assumir os cuidados; 
  • Afaste-se e tente acalmar-se antes de voltar para junto do bebé. 

Existem várias formas de acalmar o bebé que podem ou não resultar consoante cada bebé: 

  • Segurar e dar colo; 
  • Passear de carrinho;  
  • Música (de preferência a que já ouvia durante a gestação); 
  • Amamentar – o leite materno contém substâncias relaxantes; 
  • Banho – a água morna tem efeitos calmantes no bebé. 
  • Massagem – colocar o bebé numa superfície morna e firme e realizar massagem com pressão adequada (se for muito leve pode ainda estimular mais o bebé e produzir o efeito contrário).  
  • Despir o bebé – alguns estudos sugerem que a causa do choro sem razão pode-se encontrar “à superfície” e despi-lo é importante para ver se algo o incomoda como por exemplo, a fralda apertada, etiqueta da roupa. 
  • “White-Noise” – uso de ruídos de fundo, como o secador ou aspirador, qualquer som mecânico e contínuo pode ajudar o bebé a acalmar e mesmo adormecer (existe também uma aplicação no telemóvel que emite “sons brancos”); 
  • Contacto pele-a-pele – vários estudos demonstram que segurar o bebé despido em contacto direto com o tronco da mãe/pai acalma o bebé e promove a ligação mãe/pai-filho; 
  • Método de Harvey Karp (Pediatra dos EUA) – conjunto de técnicas que transmitem ao recém-nascido sensações semelhantes às encontradas dentro do útero: 
  • Swaddling (envolver); 
  • Side/stomach (posicionar); 
  • Sushing (chiado- chhh); 
  • Swinging (baloiçar). 
  • Sucking (sugar)  

 Swaddling (Envolver): 

O Swaddling acalma os bebés porque dá a sensação de segurança que eles apreciavam no pré-parto. Segundo Karp, o “mundo é muito grande para eles! É por isso que eles gostam de ser abraçados e envolvidos”. 

O Swaddling previne o esbracejar que pode gerar um ciclo de choro e agitação.  

Atenção – a articulação da anca têm que ficar livre. 

Side/Stomach (posicionar): 

Para prevenir o Síndrome de Morte Súbita, os estudos recomendam deitar os bebés de costas com a barriga para cima, mas como os bebés se sentem mais seguros e satisfeitos de lado ou de barriga para baixo, essas são posições ótimas para acalmar. Nunca se deve usar esta posição para o bebé dormir. Se adormecer colocá-lo em de costas com a barriga para cima. 

Sushing (Chhh): 

Os recém-nascidos necessitam de sons uterinos – no útero eram capazes de ouvir os sons externos, bem como a corrente sanguínea que faz um som sushing maior do que o som de um aspirador – eles acalmam e dormem melhor com os sons que ouviam no útero. 

Pode ser acompanhado de “White Noise”, “Pink Noise” 

Swinging (Baloiçar): 

O bebé no útero não está estático, sendo envolvido em movimentos como rocking; embalar o bebé com movimentos rápidos mas suaves estes  promovem o relaxamento do recém-nascido. 

Sucking (sugar) 

O reflexo de sucção no bebé está muito presente e é calmante. Depois de bem estabelecida a amamentação, pode usar chupeta para relaxar. 

Informação elaborada pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga

FI.GINOB.014