No dia 29 de setembro, assinala-se mais um Dia Mundial do Coração por iniciativa da “World Heart Federation”, federação mundial que lidera a luta contra a doença cardíaca e o acidente vascular cerebral, e que reúne a força de sociedades e fundações de cardiologia, de mais de 100 países, em torno do objetivo da OMS – reduzir em 25% a mortalidade prematura por doença cardiovascular, até 2025.

Esta data é celebrada desde o ano 2000 e pretende alertar a população para as doenças do coração. As doenças do coração continuam a ser as mais letais e incapacitantes.

Os fatores de risco para a doença cardiovascular estão bem documentados, e se alguns são não modificáveis, ou seja, não há possibilidade de serem reduzidos, como a idade, o género ou a genética, a grande parte são modificáveis, ou seja, são fatores nos quais intervenções adequadas seguramente reduzem o risco de doença cardiovascular.

Várias foram as medidas implementadas nos últimos anos em Portugal, como a redução de sal e açúcar nos alimentos, a proibição de fumar em espaços fechados, as taxas do tabaco, as campanhas dos média, entre outras, no sentido minimizar o impacto das doenças cardiovasculares.

No entanto, continua a ser necessário apostar na consciencialização e responsabilidade individual da população para o perigo das doenças cardiovasculares. São precisas mais medidas para educar e informar a população sobre as doenças cardiovasculares, pois está bem documentado que pequenas mudanças nos estilos de vida salvam vidas.

De uma forma sucinta, as recomendações para proteger o coração são: abolir o consumo do tabaco de forma ativa e persistente; manter uma tensão arterial controlada, promover um baixo consumo de sal, controlar o colesterol e triglicerídeos, promover uma alimentação saudável, promover a prática de exercício físico e controlar o peso mantendo um índice de massa corporal (IMC) entre os 18,5 e os 25 Kg/m2, com um perímetro da cintura inferior a 94 cm no homem e a 80 cm na mulher.

A par da capacitação da população para a prevenção das doenças cardiovasculares, adotando estilos de vida cada vez mais saudáveis, é também importante dotar a população de conhecimentos sobre os sinais e sintomas da doença cardiovascular de forma a procurar ajuda em tempo útil.

Se alguns eventos cardiovasculares são repentinos e intensos, onde ninguém duvida do que está a acontecer, a maioria da doença cardiovascular começa lentamente, com dor ou desconforto leves. Muitas vezes, as pessoas afetadas não têm certeza do que está errado e esperam muito antes de obter ajuda.

Alguns dos sinais e sintomas mais típicos são: desconforto no peito (que pode ser como uma pressão, aperto, pontada ou dor) acompanhado de desconforto em outras áreas da parte superior do corpo como braços, costas, pescoço, mandíbula ou estômago; falta de ar com ou sem desconforto no peito. Outros sinais podem incluir suor frio, náuseas ou tontura.

Este ano associemo-nos ao lema da “World Heart Federation” e usemos o coração para combater as doenças cardiovasculares.

Olga Gonçalves

Enfermeira Gestora do Serviço de Cardiologia do Hospital de Braga