No dia 30 de setembro assinala-se o Dia Nacional do Cancro do Intestino, cabendo a cada um de nós tornar este premente problema da sociedade atual num problema mais controlado evitando, assim, o aumento exponencial da sua prevalência.
Globalmente e de acordo com a organização mundial de saúde, o cancro colorretal surge como a terceira neoplasia mais comum em homens e a segunda mais comum em mulheres, contando com cerca de 1,8 milhões de novos diagnósticos e quase 900.000 mortes anuais.
Em 2019, os dados epidemiológicos nacionais revelaram que o cancro colorretal foi a terceira neoplasia mais comum, em ambos os sexos, ficando apenas atrás do cancro da mama e da próstata.
Existem fatores de risco bem caracterizados e definidos para o desenvolvimento do carcinoma colorretal. Podemos, então, dividir os fatores de risco em dois grandes grupos, os modificáveis (abordados mais à frente) e os não modificáveis, como a história familiar de carcinoma colorretal ou de pólipos avançados do cólon, a presença de síndromes genéticos que aumentam a incidência de neoplasias e, em menor escala, algumas doenças inflamatórias do intestino, como a colite ulcerosa ou a doença de Crohn (sobretudo as de mais longa duração ou não controladas medicamente), que por si só aumentam a probabilidade de desenvolver carcinoma colorretal mais precocemente.
No que toca aos fatores de risco modificáveis, cada um de nós desempenha um papel fundamental no que concerne ao seu controlo, como limitar o consumo de comida processada e de carnes vermelhas, aumentar o consumo de fibras (dieta rica em fruta e vegetais), bem como praticar exercício físico de forma regular e cessar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
Para além disto, cabe a cada um de nós, ainda, aderir a programas nacionais de rastreio (estando indicado para homens e mulheres a partir dos 50 anos de idade), bem como seguir as indicações médicas para a realização de exames endoscópicos, como é o caso da colonoscopia.
O cancro colorretal começa frequentemente num pólipo. Trata-se de um crescimento anómalo de tecido epitelial na parede do intestino que pode ser facilmente removido através de técnicas endoscópicas aquando da realização de colonoscopia. Se o pólipo não for reconhecido atempadamente pode crescer ao longo dos anos e degenerar em células malignas que irão dar origem ao cancro colorretal.
Assim, o rastreio do cancro colorretal (através da pesquisa de sangue oculto nas fezes ou da realização de rectosigmoidoscopia ou colonoscopia) é reconhecidamente uma necessidade crescente a nível global. Sabe-se que os programas de rastreio podem ter um impacto significativo na redução de incidência e de mortalidade, podendo mesmo diminuir significativamente a mortalidade por esta causa.
Por outro lado, é essencial reconhecer quais os sinais de alarme que devem levar à procura de ajuda diferenciada, como o seu médico assistente, ou em casos mais graves ao serviço de urgência.
Alguns dos sinais de alarme mais frequentes são:
- a perda de sangue nas fezes
- a alteração dos hábitos intestinais
- perda de peso não intencional
- cansaço fácil ou dor abdominal prolongada e que não cede com a medicação prescrita.
Em suma, o cancro colorretal é uma realidade cada vez mais presente na sociedade atual, dependendo, em parte, de todos nós controlar o seu comportamento num futuro próximo. Vamos eliminar ao máximo os fatores de risco e aderir aos programas de rastreio, deixando a cargo dos profissionais de saúde o resto do esforço.
Questione o seu médico assistente acerca do rastreio do cancro colorretal.
A sua ajuda é imprescindível!