Apesar de não existir cura para as doenças crónicas é possível viver com este tipo de doenças e ter qualidade de vida.
Quando em algum momento da vida, a pessoa é confrontada com o diagnóstico de uma doença crónica, ou seja, que irá persistir por um longo período de tempo ou durante toda a vida, levantam-se várias questões, nomeadamente a questão das implicações que a doença pode ter no que concerne ao bem-estar e qualidade de vida da pessoa.
É importante referir que o condicionamento da doença crónica não é igual para todas as pessoas. Cada doença tem as suas especificidades e cada pessoa tem as suas particularidades em termos de reações face a manifestação e evolução da mesma.
A forma como a pessoa com doença crónica vivenciar todo o seu processo de doença, terá implicações no seu bem-estar e na sua qualidade de vida.
Ao falarmos em qualidade de vida, geralmente, a associamos à saúde e não há doença, sendo que é inquestionável o contributo da saúde para a qualidade de vida, mas não é menos verdade que é possível ter qualidade de vida mesmo na presença de uma doença crónica.
É precisamente este, o desafio que a pessoa com doença crónica tem nas suas mãos, decidir a forma como quer viver a sua doença! Se a sua vontade for a inclusão da mesma no seu percurso de vida, então:
- Aceitar e conhecer a sua doença, será o primeiro passo para que esta inclusão se faça de forma consciente e harmoniosa.
- Após esta aceitação da doença é imperativo encontrar o equilíbrio entre as necessidades que esta pode impor ao seu estilo de vida e as respostas que são dadas para satisfazer essas mesmas necessidades. Necessidades e respostas estas que terão de se ir ajustando e reajustando ao longo da vida de acordo com a evolução da doença e dos tratamentos.
É precisamente esta gestão consciente, dinâmica e equilibrada do regime terapêutico exigido pela doença crónica, que permitirá viver a doença de forma saudável e ter a esperada qualidade de vida.
Sendo assim, para se viver mais e melhor é preciso investimento, é preciso cuidar da doença assim como cuidar da saúde em todas as suas dimensões, recomendando-se que:
- Aprenda o mais que puder sobre a sua doença, pois será este conhecimento que lhe permitirá lidar de forma adequada com os sintomas, tratamentos e cuidados exigidos;
- Procure os profissionais de saúde, esclareça as dúvidas sempre que estas surgirem e seja parceiro dos mesmos seguindo todas as suas orientações de vigilâncias e cuidados;
- Adote estilos de vida saudáveis, como por exemplo, fazendo exercício físico regular ajustado a sua condição de saúde e siga uma dieta equilibrada;
- Adeque os seus comportamentos e tomadas de decisão do dia-a-dia de forma compatível com a sua doença;
- Mantenha-se ativo socialmente, inserindo-se em grupos que participem de atividades que estimulem o seu prazer a vários níveis, físico, mental, cultural, social;
- Procure apoio psicoterapêutico ou junte-se a grupos de partilhas, sempre que precisar dessa ajuda, para que viva a sua doença de forma mais tranquila e ajustada;
- Não deixe de ser feliz! Não deixe de exprimir as suas emoções e manifestar os seus sentimentos com aqueles que o apoiam.
Embora a doença crónica possa exigir mudanças nas circunstâncias da vida da pessoa, esta não deverá nunca a controlar ou absorver!
Assim é fundamental não viver focado na doença, mas sim geri-la de forma a permitir-se ter qualidade de vida em todos os contextos em que está inserido, contexto laboral, familiar, social, e ainda ter um envelhecimento bem-sucedido.