No dia 17 de Maio assinala-se o Dia Mundial da Hipertensão com o intuito de se alertar e prevenir a população para a problemática desta patologia.

A Direção Geral de Saúde (DGS) define Hipertensão Arterial (HTA) como resultado da pressão que o sangue exerce sobre as paredes das artérias.

Em Portugal, existem cerca de dois milhões de indivíduos que apresentam HTA. No entanto, de acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), apenas 50% dos indivíduos têm conhecimento que sofrem desta patologia, 25% estão medicados e 11% têm a tensão efetivamente controlada. A nível mundial, estima-se que existam 1,13 bilhões de pessoas com HTA, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) sugere medidas preventivas para evitar o desenvolvimento desta patologia e possíveis complicações, nomeadamente, a redução da ingestão de sódio na alimentação, o aumento do consumo de frutas, legumes e alimentos ricos em fibra e potássio, a diminuição da ingestão de gorduras saturadas, a evicção/moderação do consumo de álcool, a prática regular de exercício físico, a abstinência tabágica e a redução e/ou controlo do peso, caso se verifique excesso de peso ou obesidade.

Sendo a elevada ingestão de sal na alimentação uma das principais causas do aparecimento da HTA, tornou-se urgente tomar medidas para a redução do seu consumo. A OMS recomenda uma quantidade inferior a 5g de sal por dia, valor esse que é ultrapassado diariamente pela maioria da população.

O consumo de sal em excesso leva à retenção de líquido e aumento do volume no organismo, sobrecarregando o sistema circulatório e contribuindo para o aumento da pressão sanguínea.

É possível encontrar no mercado vários tipos de sal como o sal refinado (ou de cozinha), sal grosso, sal marinho, flor de sal, sal dos Himalaias e sal light, no entanto é importante relembrar que, independentemente do tipo de sal que adquirir, o impacto na pressão arterial vai ser significativo se consumido em excesso.

Para além dos vários tipos de sal, existem no mercado alimentos que possuem uma quantidade elevada deste mineral e que deve ser tida em consideração no momento das escolhas alimentares como carnes processadas (salsichas, enchidos…), molhos embalados; batatas fritas de pacote, refrigerantes, refeições pré – cozinhadas e snacks. Para isso, é importante saber fazer a leitura correta dos rótulos.

Nos rótulos alimentares são várias as designações atribuídas ao sódio: teor de sal, NaCl (cloreto de sódio), Na (sódio), glutamato monossódico, bicarbonato de sódio, bissulfato de sódio, fosfato dissódico, hidróxido de sódio e propionato de sódio. A SPH sugere evitar os alimentos que possuem mais de 1,5 g de sal por 100 g de produto.

Segundo a DGS, as ervas aromáticas ou ervas-de-cheiro, devido à sua composição nutricional, são um excelente substituto do sal, conferindo sabor, aroma e cor às refeições. Estas fornecem proteínas, vitaminas (A, C e complexo B), minerais (cálcio, fósforo, sódio, potássio e ferro), fibras, componentes voláteis (óleos essenciais) e substâncias fitoquímicas.

Todavia, só devem ser adicionadas aos alimentos no fim da sua preparação, uma vez que a maioria das suas propriedades se perde pela ação do calor durante a confeção.

A fim de minimizar o crescimento desta problemática, torna-se necessário que a população esteja informada e alertada para importância de adotar hábitos alimentares saudáveis (alimentação equilibrada, variada e completa) e para a prática de atividade física regular, mesmo em tempos de pandemia.

Mafalda Noronha

Diretora do Serviço de Nutrição do Hospital de Braga