Todos os dias perdemos fluidos corporais (água e outros líquidos), na nossa urina, suor e lágrimas, estas perdas são substituídas através da ingestão de líquidos e alimentos.
Assim, normalmente, o nosso organismo mantém um equilíbrio saudável de maneira a que reponha tanta água como a que se perde. Certos minerais como o sódio e o potássio também estão envolvidos neste balanço hídrico.
A desidratação é a situação que ocorre quando se perdem mais líquidos do que aqueles que se ingerem. Isto pode acontecer se não bebermos o suficiente e/ou se perdemos mais líquidos do que o habitual.
As crianças mais novas, em particular os bebés, são mais vulneráveis a ficarem desidratadas porque os seus organismos são mais pequenos e por isso têm menor reserva liquida.
Por outro lado, os pais devem saber que o organismo das crianças não se adapta tão bem a altas temperaturas (acima dos 35ºC) como o dos adultos.
As crianças produzem mais calor durante a atividade física e suam menos, isto reduz a sua capacidade de regular a temperatura corporal e pode levar mais facilmente à desidratação.
No verão, as crianças têm maior risco de desidratação e sobreaquecimento, porque perdem mais líquidos pela transpiração, e também porque é mais provável que não se ingiram líquidos suficientes para repor estas perdas. Geralmente não reconhecem os sinais de sede e preferem continuar a brincar do que interromper as suas atividades para beber.
O primeiro passo é prevenir e por isso é particularmente importante que sejam oferecidos líquidos (água é a melhor opção) regularmente às crianças. Não esperar que a criança peça. Também a alimentação pode dar uma ajuda importante na hidratação nos dias de maior calor, optando por consumir mais fruta e vegetais, que têm maior quantidade de água. As refeições devem ser leves, evitando a comida condimentada. Em relação ao vestuário: devem usar roupas frescas e proteção solar adequada, evitando a exposição solar direta nas horas de maior calor (11h-16h).
Se a criança vai praticar uma atividade desportiva é importante que beba antes da atividade começar e a cada 15-20 minutos enquanto esta durar. A hidratação após é igualmente importante.
O segundo passo é, na impossibilidade de termos impedido a desidratação, reconhecer os sinais desta. Sinais e sintomas variam conforme o grau de desidratação que pode ser leve, moderada ou muito grave exigindo nestes casos encaminhamento da criança para observação médica. Geralmente a desidratação leve manifesta-se através de boca seca, sede e cefaleia.
A diminuição da diurese (urina) e perda da elasticidade da pele são também sinais a ter em conta. À medida que a desidratação se agrava podem instalar-se outros sintomas como vertigens, irritabilidade, náuseas, vómitos, fraqueza e fadiga.
No caso de a sua criança parecer desidratada, deve levá-la para um local fresco (sombra/interior de casa), refrescá-la retirando alguma roupa e oferecendo líquidos e, se necessário dar um banho de água morna. Na ausência de melhoria, ou se a criança estiver mais sonolenta ou a vomitar deve ser levada para observação médica para possível hidratação endovenosa se necessário.
Lembre-se que brincar no exterior é importante mas na desidratação, como em tudo, prevenir é o melhor remédio!