Considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a “epidemia do século XXI”, a obesidade é uma doença crónica, considerada a segunda causa de morte com mais possibilidade de ser prevenida, logo a seguir ao tabagismo.
A obesidade é o resultado de níveis de atividade física insuficientes, combinados com uma alimentação inadequada (caracterizada por um consumo excessivo de calorias, em grande parte provenientes de açúcar e gordura).
Algumas consequências desta doença são:
- a dislipidemia (aumento do colesterol e triglicerídeos)
- diabetes
- infertilidade
- doenças cardiovasculares e do sistema respiratório
- cancro da próstata e do tubo digestivo
- entre outras
Em Portugal, a obesidade é reconhecida como uma doença crónica desde 2004. É um problema de saúde pública de dimensão mundial, que afeta homens e mulheres de todas as idades e estratos sociais e económicos.
No Dia Nacional da Luta Contra a Obesidade tentamos sensibilizar a comunidade para o problema desta doença e das suas consequências. A prática de exercício físico é essencial para a prevenção, em especial da obesidade infantil e juvenil, bem como a adoção de hábitos alimentares saudáveis.
A obesidade é um dos fatores de risco com mais impacto nas doenças em Portugal. 28,7% dos portugueses entre os 25 e os 74 anos sofrem de obesidade. Cerca de 31% das crianças apresentam excesso de peso e 11.7% apresentam já obesidade infantil (valores que, felizmente, têm vindo a decrescer).
Em Portugal, um quarto dos casos de obesidade tem origem em fatores de risco comportamentais, como o tabagismo, o consumo de álcool e os hábitos alimentares. Segundo o mais recente Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IANAF), realizado entre 2015 e 2016:
O contributo dos alimentos dos grupos doces, refrigerantes (não incluindo néctares), bolos (incluindo produtos de pastelaria), bolachas e biscoitos, cereais de pequeno-almoço e cereais infantis para o consumo de açúcares simples é de 30,7%.
Um em cada dois portugueses não ingere a quantidade de produtos hortofrutícolas recomendada pela OMS;
Cada português consome, em média, 3 gramas de sal em excesso por dia;
Apenas 25% da população com mais de 15 anos atinge as recomendações internacionais para a prática de atividade física;
O que pode ser feito para melhorar estes números?
Em primeiro lugar, é necessário que a população deixe de ver a obesidade como um problema estético e passe a encará-la como o problema de saúde sério que é. É também muito importante sensibilizar as nossas crianças para que aprendam a escolher os seus alimentos e, assim, torná-las também um agente de educação das suas famílias.
A taxação de gamas alimentares e nutricionais, motivados por razões do foro da saúde pública, poderá ser também uma ajuda (por exemplo: taxação de bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes, tais como refrigerantes, bebidas energéticas, águas aromatizadas, etc.).
Tente adotar estratégias no seu dia-a-dia que lhe permitam estar ativo e manter hábitos alimentares saudáveis. Caso não o consiga fazer sozinho aconselhe-se com o seu médico, e procure um nutricionista e um profissional da área do desporto.