Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2018, registaram-se, em todo o mundo, 18 milhões de novos casos de doença oncológica, sendo 23,4% na Europa. Morreram cerca de 10 milhões de pessoas, a nível mundial, vítimas desta patologia. Em Portugal, esta é a segunda causa de morte e a sua incidência aumenta, em média, cerca de 3% por ano (contando 50.000 novos casos em 2018).
Felizmente, 30 a 50% dos casos podem ser prevenidos através de comportamentos simples a adotar, nomeadamente, a cessação tabágica, a redução do consumo de álcool, a adoção de uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física.
Para ter uma alimentação saudável e protetora face a este tipo de doenças crónicas pode adotar, entre outras, estas medidas:
- Optar por cereais integrais em detrimento dos refinados;
- Consumir diariamente leguminosas (feijão, grão, lentilhas, ervilhas, favas…), hortícolas e frutas frescas;
- Limitar o consumo de alimentos com teores elevados de açúcar e gordura e evitar bebidas açucaradas;
- Evitar carnes processadas, controlar o consumo de carnes vermelhas e de alimentos ricos em sal;
- Se consumir álcool, limite o seu consumo;
- Tome medidas para ter um peso saudável;
Mantenha-se fisicamente ativo no dia-a-dia. Limite o tempo que passa sentado.Uma vez instalada, esta patologia poderá envolver tratamentos como a quimioterapia e radioterapia, por vezes combinados, e cirurgias que exigem períodos de convalescença algo demorados. Os efeitos secundários vão de um cansaço extremo a dores ou complicações advindas da terapêutica, como alterações no peso, dificuldades em dormir e a nível digestivo, com a alimentação dificultada e o apetite por vezes diminuído.
Nem todos os doentes apresentam efeitos secundários aos tratamentos oncológicos com impacto na alimentação, mas estes podem surgir. Se for o caso, existem algumas estratégias que podem ser adotadas para evitar ou minimizar estes efeitos secundários:
- Náuseas e vómitos: evite alimentos muito condimentados e com aromas fortes.
- Prefira alimentos frescos e leves. Procure fazer refeições pequenas e distribuídas ao longo do dia.
- Boca dorida: escolha alimentos fáceis de mastigar, de pequenas dimensões.
- Evite alimentos ácidos, muito condimentados ou muito quentes ou bebidas gaseificadas.
- Alterações do paladar: opte por sabores mais intensos, recorrendo a especiarias e ervas aromáticas. Experimente alimentos ou bebidas um pouco adoçadas.
- Alterações do apetite: tenha disponíveis os alimentos que mais gosta. Prefira alimentos à temperatura ambiente. Faça refeições pequenas, frequentes e sem horário rígido.
- Perda de peso: não espere por ter fome, faça as refeições em horários certos. Escolha comidas ricas em proteína e energia. Se não lhe apetecer alimentos sólidos, opte por batidos ou purés.
- Aumento de peso: faça uma alimentação saudável e equilibrada. Evite alimentos gordos ou confecionados com muita adição de gordura. Pratique atividade física se possível.
As necessidades nutricionais de um doente oncológico, tal como para a restante população saudável, variam com o sexo, a idade, o tipo de exercício físico praticado, a condição fisiológica, a composição corporal e o estilo de vida. Pode consultar um nutricionista para a elaboração de um plano alimentar individualizado.
Comer adequadamente durante o seu tratamento pode ajudar a: sentir-se melhor, manter a sua força e energia, manter um peso desejável e as suas reservas nutricionais, tolerar melhor os efeitos secundários do tratamento, baixar o seu risco de infeção, recuperar mais rápido.